Campanhas LGBT — 19 janeiro 2012

Campanha do ALL OUT
www.allout.org/pt/chegamosaolimite

Ao fim de um longo dia de aulas, Cleides Antônio Amorim foi com amigos a um barzinho perto da Universidade. Seria a última noite de sua vida. Não estava ali há muito tempo quando um outro homem se aproximou gritando “só tem viado nessa mesa!” – e logo depois, matou Cleides a facadas na frente de seus amigos.

Cleides, um professor da Universidade Federal do Tocantins, é uma das doze pessoas que já foram assassinadas nessas primeiras semanas de 2012, simplesmente por serem lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. Trata-se de uma epidemia de violência que está se alastrando – e mesmo assim o governo brasileiro se recusa a falar sobre o assunto e lidar com esta crise urgente de legislação e de ordem pública.

Professores universitários colegas de Cleides escreveram uma carta poderosa ao governo, dizendo: Chegamos ao nosso limite. Estes professores pretendem se encontrar com o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo – e exigir que ele tome uma ação imediata e pública contra toda essa violência. Você levaria um minuto assinando a carta e compartilhando-a? A carta será entregue a Ministro – exigindo que ele investigue estes crimes imediatamente.

Nosso país é um lugar perigoso para a vida de brasileiras e brasileiros como Cleides. O país que em breve receberá a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, já tem a medalha de ouro no ranking mundial de assassinatos de pessoas LGBT por ano. Em 2010, o último ano para o qual o movimento social tem estatísticas fechadas (o governo federal não mantém esse registro) foram mais de 250 LGBTs assassinados/as por serem quem são.

Sabemos que o ministro Cardozo acredita no direito igualitário de LGBTs à vida e à justiça. Ele mesmo disse em novembro passado que “a discriminação e a homofobia são inaceitáveis em pleno século 21”. Ele também defendeu o ambicioso “kit” do projeto Escola sem Homofobia – que seria distribuído a professores e professoras da rede pública de ensino, e cuja distribuição foi impedida por meio da pressão dos setores conservadores no Congresso.

O fato de o debate sobre a lei que criminaliza a homofobia ter terminado num impasse no ano passado no Congresso, não pode ser usado como desculpa. O governo federal ainda deve fazer tudo o que está no seu poder para assegurar que os direitos de brasileiros e brasileiras LGBT – incluindo o direito fundamental à vida – sejam protegidos. A ineficiência do governo pode significar a sentença de morte para centenas de brasileiros e brasileiras que terão suas vidas ceifadas em 2012 por serem quem são – a menos que medidas urgentes sejam tomadas IMEDIATAMENTE.

Assine a carta dos professores e ajude a lembrar o ministro Cardozo a manter sua palavra, priorizando uma resposta federal à crise de violência homofóbica que está afetando a vida de brasileiros e brasileiras – a começar por uma robusta investigação, com a punição do homofóbico covarde que matou Cleides a sangue frio:

Este é apenas o começo. Em 2012 All Out vai trabalhar com ativistas pelos direitos humanos, pelos direitos das mulheres e ativistas LGBT em todo o Brasil, chamando a atenção para estes crimes e desafiando as atitudes que podem vir a causá-los. Juntas e juntos vamos All Out – com toda força.

Em memória de Cleides Antonio Amorim e das vítimas da homofobia em 2012: Chegamos ao LIMITE.
Ajudem a alcançar a meta de 10.000 assinaturas!
http://www.allout.org/pt/actions/chegamosaolimite

FONTES:

Professor da UFT é assassinado com facada em Tocantinópolis: segundo PM homofobia motivou crime – www.surgiu.com.br

ONU está preocupada com assassinatos de LGBT no Brasil, diz alta comissária
www.mixbrasil.uol.com.br

A cada 36 horas um homossexual é assassinado em crimes relacionados à homofobia no Brasil – ATÉ QUANDO? www.revistatrip.uol.com.br/

GGB deixará de fazer estatística de gays assassinados no país
www.atarde.com.br

Assista ao Video da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay

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